
A mais recente e capciosa petição em tramitação no Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Flávio Dino, não deixa dúvidas quanto às reais intenções de seus autores intelectuais. Para quem compreende o “mundo da máfia”, o objetivo da peça assinada pela até então desconhecida advogada Clara Alcântara Botelho Machado é muito claro.
No STF, a advogada questiona o processo de nomeação de Flávio Costa para o TCE-MA. No entanto, de forma capciosa, inclui na ação denúncias que vão além da Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre o trâmite na Assembleia Legislativa, buscando atacar diretamente a relação de Flávio Costa com o governador Carlos Brandão.
Chama a atenção um detalhe curioso: como revelou o jornalista Marco Deça nesta semana, Clara Botelho se refere a si própria no masculino em sua petição, utilizando expressões como “o requerente” e “o interveniente”. Pelo pouco que se sabe, ela não é trans e, mesmo que fosse, o gênero da escrita ainda geraria controvérsias.
Além disso, sua conexão com o Maranhão é praticamente inexistente. Clara Alcântara Botelho Machado tem registro na OAB de Minas Gerais, onde mantém um escritório de advocacia, e seu nome aparece vinculado a mais de três mil processos, principalmente em São Paulo e Minas.
Agora, resta saber se Flávio Dino inovará e admitirá essa desconhecida como Amicus Curiae na ação do Solidariedade. Nos bastidores, a expectativa é de que o ministro ignore a parte da petição relacionada à ADI 7780, mas que possa usar as denúncias incluídas no documento para embasar eventuais investigações contra Brandão e sua gestão.
Se essa movimentação ocorrer, o caminho já estaria traçado: bastaria um despacho do STF para que, em minutos, o pedido de investigação chegasse ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou à Procuradoria-Geral da República (PGR). Como avalia uma experiente raposa da política maranhense, “a cama de Brandão já pode estar toda armada”.