O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), parece que adotou uma estratégia própria para tentar turbinar sua imagem administrativa: vestir-se de “pai” de obras e projetos que não nasceram em sua gestão. O caso mais recente é a Avenida Quarto Centenário, que agora ele quer transformar em “Avenida do Reggae”, como se estivesse entregando algo novo aos ludovicenses.

A Quarto Centenário foi inaugurada em 5 de dezembro de 2014, em solenidade comandada pela então governadora Roseana Sarney (MDB). A via, com 3,8 km de extensão, ciclovia, duas pistas por sentido, travessias de pedestres e ligação estratégica entre Camboa, Liberdade, Fé em Deus, Alemanha e Avenida dos Franceses, foi um dos principais investimentos do PAC Rio Anil, voltado à mobilidade e qualidade de vida na capital.
Então ela já existe, já foi entregue, há mais de uma década.
Agora, Braide manda pintar a avenida com cores do reggae, põe uma placa enorme na entrada, muda o nome e anuncia que vai inaugurar o que já está inaugurado.
E essa não é uma atitude isolada. O prefeito já tentou vender como novidade a “muralha digital”, sistema de videomonitoramento que não foi criado por ele, mas pela gestão de Edivaldo Holanda Júnior.
A Central de Videomonitoramento da Guarda Municipal já funcionava desde dezembro de 2020, com: cerca de 160 câmeras de última geração, operação 24 horas, ônibus itinerante de monitoramento, segunda central no Parque do Bom Menino e reconhecimento facial em vias estratégicas.
Tudo isso comprovadamente em uso antes de Braide assumir a Prefeitura.
Mesmo assim, o prefeito foi às redes sociais anunciar o projeto como se tivesse acabado de inventá-lo. Mudou o nome e tentou vender como um marco da própria administração.
É claro que melhorias, requalificações e ampliações são bem-vindas. Um gestor que cuida do que recebeu demonstra responsabilidade.
Mas fazer pose de criador diante de obras prontas não é eficiência, é oportunismo.









