
Parece que a pressa de Alexandre de Moraes em antecipar seu voto foi tão grande que a revisão ficou para depois – ou melhor, ficou para nunca. O ministro conseguiu a proeza de criar um novo verbo: “DIVIRO”, uma variação bem peculiar de “divirjo”. Quem sabe, num futuro próximo, o STF não precise julgar a constitucionalidade dessa nova flexão gramatical?
Mas não para por aí. A decisão dele também nos presenteia com uma daquelas reviravoltas que só o direito brasileiro consegue produzir: anulou a nova regra e mandou voltar a regra anterior, que era exatamente a mesma coisa. Ou seja, um verdadeiro “muda tudo para manter tudo igual”. Se o critério de idade era o problema, por que restaurá-lo? Fica a dúvida se a pressa foi para garantir a segurança jurídica ou para garantir a segurança de alguém.
E aí, será que forças ocultas estavam assoprando no ouvido de Moraes, dizendo “anda logo com isso”? A pergunta que não quer calar: quem tanto precisava dessa pressa? Se até a gramática sofreu com essa correria, imagina a coerência jurídica.